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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Rainha da Paz

                                      

A décima segunda, das doze invocações de Maria como "Rainha", saúda a Mãe de Deus como "Rainha da Paz"; em latim, Regina Pacis. Não poderia ser diferente, já que ela é a mãe do "príncipe da paz" (cf. Is 9,5).
Ela experimentou na própria carne a violência que o pecado provoca no mundo. Quando apresentou seu filho no templo, ouviu a profecia do velho Simeão: "Este menino será causa de queda e de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição e, a ti, uma espada transpassará tua alma! - e assim serão revelados os pensamentos de mumitos corações" (Lc 2, 34-35). Esta espada tocou o fundo da alma de Maria no momento em que viu seu filho na cruz. Não é difícil imaginar sua dor no momento em que recebeu no colo, seu filho já sem vida. Mas, qual teria sido a sua reação? Desespero? Com certeza, não! Foi de uma dolorosa serenidade.
A genialidade de Michelangelo Bounarroti - artista do renascimento italiano - soube representar esta atitude na clássica imagem da Pietà. O que chama a atenção para quem observa bem esta escultura, conservada no Vaticano, é que o rosto não tem nada a ver com uma mulher de quarenta e cinco anos. Parece mais uma menina de 16 anos. Isto contrastou com o gênero próprio da época que costumava retratar a dor de Jesus e de Maria com cores bastantes fortes e expressivas da crueldade. Michelangelo mostrou com sua arte que, mesmo na dor maior, Maria permaneceu sendo Rainha da Paz.
Por meio de Maria recebemos a Paz que nossos primeiros pais perderam no início da criação por causa do pecado. Santo Irineu dizia que o nó da desobediência de Eva foi desfeita pela obediência de Maria. Se o salário do pecado foi a dor, a violência e a morte, por meio do sim de Maria chegou, até nós, em Jesus, a salvação e a paz.
A imagem do Apocalipse retrata bastante bem a Rainha da Paz: "Então apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida com o sol, tendo a lua debaixo dos pés e, sobre a cabeça, uma coroa de doze estrelas. Estava grávida e gritava em dores de parto, atormentada para dar à luz. Então apareceu outro sinal no céu: um grande Dradão, avermelhado como fogo. Tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete diademas. Com a cauda, varreu a terça parte das estrelas do céu, atirando-as sobre a terra. O Dragão parou diante da Mulher que estava para dar à luz, pronto para devorar o seu Filho, logo que ela o desse à luz. E ela deuu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. A mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar, para que aí fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias" (Ap 12,1-6). Estas imagens fortes mostram que nossa vida é um combate espiritual. Maria e a Igreja se confundem na figura desta "mulher do apocalipse". Na verdade, Maria é um ícone no qual vemos a própria imagem da nossa humanidade redimida e da Igreja que busca vencer com a força do Espírito.
A devoção recente à Nossa Senhora Rainha da Paz parece ter sua origem em 1085, na cidade de Toledo, libertada das mãos dos Mouros. Vivemos, hoje, em um mundo muito violento. A segurança é um dos maiores desejos de nossas famílias. Toda criança sabe muito bem onde encontrará um refúgio seguro: no colo da mãe. Ao invicarmos Maria, como "Rainha da Paz", na verdade peimos seu colo, intercessão e exemplo. Aquela que viveu até o drama da morte do seu filho sem perder a paz vai nos ensinar o caminho para garantir paz entre marido e mulher, entre jovens e idosos, paz nas ruas e praças, paz nas cidades e nos campos.
Se o seu coração anda agitado e impaciente; se o stress tomou conta de seus dias e de suas noites, peça a intercessão da mãe:
           Rainha da Paz,
           rogai po nós!

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