À primeira vista, então, pareceria contraditório o que comemoramos nesta festa: a Exaltação da Santa Cruz. No entanto, a Cruz, outrora considerada como o pior dos desastres na vida de alguém, um símbolo de ignomínia que serviu para a execução de tantos criminosos, é hoje exaltada ela Igreja porque Nosso Senhor Jesus Cristo veio ao mundo mostrando o quanto ela Lhe é própria. É "o sinal do Filho do Homem" (Mt 24, 30) e Ela a transformou em sinal de triunfo! Por isso, a Cruz triunfa no alto das catedrais, na ponta das coroas e no centro das mais importantes medalhas.
A Cruz é a via da glória. Com quanta razão se diz: "Per crucem ad lucem - É pela cruz que se chega à luz". E é este o princípio que a Liturgia de hoje oferece para nosso benefício espiritual: se queremos atingir a santidade, nada é tão central quanto saber sofrer. O traço comum de todos os Santos é justamente sua atitude diante da Cruz. De fato, o momento decisivo de nossa perseverança não é aquele em que a graça sensível nos toca e damos passos vigorosos na virtude, mas, sim, a hora da provação, quando as tentações nos assaltam e experimentamos nossa debilidade. Não foi sem motivo que, ao ensinar o Pai Nosso, o Divino Mestre disse "livrai-nos do mal"; mas Ele não empregou o mesmo verbo no pedido referente Às tentações: "não nos deixeis cair em tentação". Ser tentado é algo inevitável e necessário depois do pecado original. Nessa hora, devemos resistir abraçados à cruz, certos de que nela se encontra nossa única esperança: "Ave Crux, spes unica!". E quando cometemos uma falta ou nossa vida interior parecer encalhada, dando-nos a impressão de não sermos uma falta ou nossa vida interior parecer encalhada, dando-nos a impressão de não sermos amados por Deus, lembremo-nos de que esta sensação é contrária à revelação feita por Nosso Senhor no Evangelho que acabamos de considerar; pensemos que Deus nos ama tanto, que o Filho teria Se encarnado e sofrido a Paixão de Cruz para salvar a cada um de nós. individualmente.
Glorifiquemos transbordantes de júbilo, nesta festa, o sinal de nossa salvação e o penhor da ressurreição futura, e saibamos carregar sempre a própria cruz com amor e veneração, tal com o fez nosso Salvador antes de começar a Via-Sacra.
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