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terça-feira, 17 de julho de 2012

Maria e a leitura orante da Bíblia

                  

A Legião de Maria tem em sua 'catena' o hino que Nossa Senhora recitou durante sua visita a Isabel (Lc 1,46-55). A Igreja sempre fez sua, essa oração mariana. Quem tem a obrigação de rezar a Liturgia das Horas sabe que o Magnificat, "Minha alma, glorifica o Senhor", é recitado ou cantado, todos os dias, nas vésperas. É portanto, parte essencial da oração da tarde. Também a liturgia a Palavra nas missas, em algumas festividades marianas, recita ou canta no lugar do salmo, o Magnificat. Podemos afirmar que se trata do salmo de Maria.
O hino dá a conhecer a alma e o coração da mãe de Jesus: seu agradecimento, sua humildade e sua contemplação das maravilhas operadas por Deus na história da salvação e na sua vida pessoal.
O hino deixa transparecer que Maria orava com a bíblia ou, melhor, orava com a Palavra de Deus. Ela salmodiava conforme a tradição viva de seu povo em união com os pobres e os humildes de Deus (Lc 1, 52-53), na esperança das promessas divinas (Lc 1, 55).
O hino igualmente revela que Maria repetia e fazia seus hinos Bíblicos. Quer dizer que se alimentava do mundo da bíblia: o mundo histórico e geográfico; o mundo cultural e espiritual de sua gente. Nesse sentido, ela é a Filha de Sião, na percepção máxima da Palavra.
Os especialistas afirmam que o cântico de Maria se inspira no cântico de Ana (1Sm 2, 1-10) e em outras passagens do Antigo Testamento. Portanto, o texto é releitura de outros. Tal intertextualidade própria de vários autores bíblicos perpasa a autoria mariana ou lucana do hino. Indica que a leitura bíblica supõe a releitura dos textos e a intertextualidade deles.
Como mestra de oração, de intimidade e de comunhão com Deus, a Senhora nos indica a importância da leitura orante da Bíblia cujos métodos conhecemos e utilizamos.
A propósito, é bastante recomendado o seguinte modo de orar com a bíblia: "Ler com atenção e calma o texto bíblico escolhido ou indicado, procurando compreender o sentido de cada palavra ou frase; reler, se necessário, para entender o que o texto diz.
Meditar procurando responder o que a Palavra diz para mim ou para nós, hoje. Atualizar o sentido do texto para a vida pessoal, comunitária ou social, tendo presente a compreensão que a Igreja transmite da passagem bíblica meditada. Pode-se escolher uma palavra ou frase para resumir e memorizar a mensagem da Palavra para a nossa vida.
Orar, considerando o que o texto meditado me leva a dizer a Deus. Trata-se de nossa resposta à Palavra em forma de oração" (in: SOU CATÓLICO. Vivo a minha fé. Publicações da CNBB. Subsídio 2, p. 137-138).
Ao abordar o tema da leitura orante da bíblia, Bento XVI adverte que se evite o risco de uma abordagem individualista, pois a Palavra de Deus é para criar comunhão, para que o que for pessoal construa o comunitário e o eclesial (cf. Verbum Domini, n. 86 b). Também neste aspecto o cântico de Maria é exemplar. Ela soube unir a dimensão pessoal com a dimensão comunitária. Ela se viu agraciada e bem aventurada pelos favores recebidos que sua alma agradece, mas ela viu o que Deus realizou em prol dos humildes e dos pobres e famintos e o cumprimento da promessa à descendência de Abraão. Por conseguinte, a todo o povo.

Salve Maria!

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