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domingo, 19 de junho de 2011

Função Pessoal do Espírito Santo na Santíssima Trindade

  
                                                   
É tudo isso que devemos compreender, ao voltarmo-nos para esse Amor Primeiro. Com esse Amor fecundo e régio Deus amou Maria - e a nós em sua pessoa - quando veio a Ela na manhã da Anunciação.
Já se definiu o Cristianismo como a permuta de dois amores em Jesus Cristo. O que desce do céu para realizzar a sagrada aliança chama-se Espírito Santo. O que da terra se eleva ao seu encontro chama-se Maria.
Indubitavelmente, o  amor que se eleva ao encontro do Espírito de Deus participa da própria caridade divina. Maria recebeu, como nenhuma outra criatura, a plenitude da graça. Ama a Deus com o mesmo amor com que foi por Ele amada; e é na intimidade da comunicação misteriosa que Deus lhe faz de si mesmo, que Ela responde ao apelo do amor divino.
Parece óbvio que a função de Maria seja a autêntica resposta da criatura ao chamamento divino. Maria é a florescência suprema das tentativas com que, ao correr dos séculos, o Deus do Antigo Testamento procurou formar em Israel o povo escolhido, uma esposa "santificada em verdade e santidade". Em Maria "a terra deu seu fruto" e "o Céu fez chover o Salvador": terra dabit fructum suum et nubes pluant Justum. Esta promessa, abundantemente repetida em toda a Antiga Aliança, realiza-se em Maria.
No ponto de encontro entre Deus e a humanidade - em Israel, povo de Deus - situa-se a Encarnação, com todas as suas conseqüências.
Ousemos, pois, também nós, contemplar mais de perto Aquele cuja sombra fecundante irá cobrir Maria; ousemos sondar os mistérios do Espírito "no qual os próprios Anjos  anseiam por mergulhar seus olhares" (1Pd 1, 12).
Sabemos, naturalmente, que as obras de Deus, operadasfora dEle, são comuns às três Pessoas divinas. O amor de Deus, que nos envolve e nos torna de assalto, é triplo e único dom, triplo e único afeto; Mas, se bem sua atividade inclua a das outras Pessoas divinas, nem por isso o Espírito Santo desaparece no anonimato trinitário. Sim, as obras de Deus ad extra (fora dEle próprio) são comuns às três Pessoas, mas cada uma exerce funções eminentemente pessoais, e de modo algum inter-permutáveis (2). Sem dúvida, o Espírito Santo não é a única Pessoa a nos santificar, e não o faz isoladamente, com exclusão das outras Pessoas. Deus Pai nos santifica, e também Deus Filho. Mas cada um a seu modo: o Pai enquanto Pai, enquanto Aquele que, com o Filho e através dEle, nos envia o Espírito Santo. Este último é o Dom Supremo e a chancela do amor das duas outras Pessoas. Ao receber o Espírito, penetramos na intimidade da família de Deus.
O Pai, dirá Snto Atanásio, é o manancial, o Filho o curso da água: níos bebemos o Espírito Santo (3). Os Padres gregos repetirão a mesma ideia sob mil formas. Podemos dizer que o Espírito é o introdutor da vida de Deus. É o fruto da unidade do Pai e do Filho, o traço de união entre Deus e os homens, particularmente entre Deus e Maria. É como que a mão do braço que Deus estende à humanidade. É Aquele em quem possuímos o Filho e o Pai. Tudo procede do Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. Esse axioma  retorna como uma constante na literatura católica oriental. Além disso, a Igreja, em seu ciclo litúrgico do Advento, Quaresma e Pentescostes orientado respectivamente para o Pái, o Filho e o Espírito Santo, põe em ação esse dinamismo trinitário e faz-nos participar desse ritmo interior de Deus.

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